Universidade de Münster intensifica contatos no Brasil: Um relato de Norbert Robers

Tradução do texto publicado no dossiê conectado & interdisciplinar, no site da UM
(da direita) Reitor Dr. Johannes Wessels, o Diretor Scientífico e a Diretora Executiva do Centro Brasileiro da UM, Prof. Dr. Bernd Hellingrath e Anja Grecko Lorenz, e Laura Redondo, diretora do Escritório de Representação da UM em São Paulo
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Norbert Robers, Diretor do Departamento de Comunicação e Relações Públicas e porta-voz da Universidade de Münster, acompanhou o Reitor e representantes do Centro Brasileiro em sua primeira viagem ao Brasil (6 a 11 de fevereiro) com um denso programa de cerca de 15 reuniões com inúmeros parceiros. Leia abaixo os resultados desta viagem publicados no atual dossiê "conectado & interdisciplinar".

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Norbert Robers | 10.02.2023  

Progresso em todas as visitas

A delegação da Universidade de Münster fez numerosas reuniões durante cinco dias em três cidades - um panorama

"Tendo em vista a situação atual da pandemia e a situação política (científica), o momento atual é ideal para visitar instituições parceiras selecionadas no país e assim estabelecer impulsos para uma intensificação da cooperação existente", previram o Diretor Científico e a Diretora Executiva do Centro Brasileiro, Prof. Dr Bernd Hellingrath e Anja Grecko Lorenz, antes da viagem do Reitor da UM, Prof. Dr Johannes Wessels, à maior nação da América do Sul. Além disso, a última visita de um membro da reitoria da Universidade de Münster ao Brasil foi há quatro anos. Com quem Johannes Wessels e a delegação da UM conversaram? Quais foram os temas centrais? E como deve ser avaliada a situação no país após a mudança de governo em janeiro de 2023? Um panorama dos momentos mais importantes:

(Da esq.) Reitor da Universidade de São Paulo, Prof. Dr. Gilberto Carlotti Junior e Reitor Johannes Wessels da WWU
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Visita à Universidade de São Paulo (USP)

A USP não é apenas mais uma das cerca de 2.600 universidades brasileiras, é uma das 3 melhores universidades - não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina. Fundada em 1934, é, de longe, a maior universidade do Brasil, com quase 100.000 estudantes. A USP mantém cinco hospitais, 70 bibliotecas e 24 museus - além da sede localizada no Butantã, os institutos e instituições estão espalhados por outros oito campi em todo o estado de São Paulo, que por sua vez é, em termos de área, aproximadamente o tamanho da Grã-Bretanha.

Por outro lado, de acordo com a análise do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), é "a universidade brasileira de maior expressão na pesquisa e de melhor reputação internacional". Segundo a "Clarivate Analytics", os pesquisadores da USP são responsáveis por cerca de 22% da produção científica brasileira total. Em épocas anteriores e ainda hoje, os graduados da USP se encontravam e se encontram nos mais altos escalões da economia, da política e da sociedade brasileira.

Às portas do gabinete da reitoria da USP, parceiros e representantes universitários de todo o mundo interessados em cooperação - figurativamente falando – fazem fila. "Enquanto recém-chegados, teríamos tido dificuldade em construir hoje uma cooperação tão multifacetada e intensa", enfatiza Bernd Hellingrath. Com a continuidade e criatividade da WWU, que mantém contatos com o Brasil há cerca de 50 anos e, por meio da fundação do Centro Brasileiro e da filial em São Paulo em 2010 e 2012 respectivamente, a WWU provou que está interessada na cooperação acadêmica a longo prazo.

Naquela manhã, uma grande parte do reitorado sentou com o Reitor Prof. Dr. Carlos Gilberto Carlotti Júnior no 4º andar do grande edifício branco. "Gostaríamos de trabalhar ainda mais estreitamente com a WWU", enfatizou o Pró-reitor de Pós-graduação Prof. Dr. Marcio de Castro Silva Filho. O Prof. Johannes Wessels apresentou a WWU com seus temas centrais e desafios atuais. Os anfitriões estavam particularmente curiosos acerca da Estratégia de Excelência, do apoio da WWU aos estudantes interessados em iniciar suas atividades no "REACH EUREGIO Start-up Center" na WWU e quiseram saber como se pode "estimular" os estudantes de doutorado a fazer uma parte de sua pesquisa na Alemanha, no caso, na WWU - ou no Brasil.

O Reitor Johannes Wessels (em pé) explicou a estrutura da WWU aos anfitriões da Universidade de São Paulo em uma breve apresentação
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A lista de cooperações em destaque entre a WWU e a USP já é impressionantemente longa. Em 2007, as administrações universitárias decidiram cooperar em nível universitário, o que abriu o caminho para a participação em numerosos programas e generosos financiamentos de várias organizações. Seja na área de direito, informática, física, psicologia, música, medicina, história da arte, química, biologia, filologia: a lista de cooperação de pesquisa, atualmente em andamento, inclui mais de 20 campos temáticos envolvendo mais de 30 cientistas de quase todos os departamentos da WWU.

Em 2022, a WWU concluiu um chamado acordo de cotutela com a USP. Isto envolve os doutorandos que realizam seus doutorados sob a supervisão de pelo menos dois pesquisadores das universidades participantes e ficam por pelo menos seis meses na respectiva universidade parceira. Um duplo acordo de doutorado já estava em vigor com a Faculdade de Direito desde 2017, e o Departamento de Biologia estabeleceu um duplo programa de mestrado em 2016 que ainda hoje é bem-sucedido. "A WWU tem as relações científicas e acadêmicas mais extensas e intensas com a USP. A USP é a parceira de cooperação mais importante da WWU no Brasil", resume Anja Grecko Lorenz.

Após a reunião com o reitorado da Universidade de São Paulo, o Reitor Johannes Wessels inseriu seu nome no livro de visitas
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Após cerca de 45 minutos, o Reitor da USP se despede; a nova Ministra da Saúde o espera para uma audiência. Antes de tudo, ele troca presentes com Johannes Wessels. "É de grande importância que a WWU e a USP mantenham o diálogo através de suas mais altas instâncias", enfatiza Anja Grecko Lorenz. "A relevância científica por trás de nossos projetos conjuntos é substancial", acrescenta Johannes Wessels, que conta repetidamente a seus interlocutores sobre a estreita parceria da WWU com a Universidade de Twente (Países Baixos) e incentiva projetos trilaterais. "A USP é um ajuste perfeito para nós".

Imediatamente após, a delegação da WWU seguiu de carro - os terrenos do campus principal da USP cobrem vários quilômetros quadrados - para encontrar-se com o Prof. Dr. Marcelo Zuffo, que dirige o Laboratório de Inovação da Universidade de São Paulo. "Nosso governo está impulsionando a inovação", enfatiza o engenheiro, que, como muitos outros entrevistados, também está interessado na estratégia da WWU de incentivar os jovens a iniciar seus próprios negócios. Uma troca de ideias com os responsáveis pelo "REACH" é expressamente desejada; conversas iniciais sobre interesses e atividades comuns já foram realizadas.

Após uma discussão detalhada, o Presidente da organização de financiamento FAPESP, Prof. Dr. Marco Antonio Zago (3º da esquerda), agradeceu à delegação de Münster pelo presente recebido
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Visita à agência de fomento FAPESP

Do 14º andar, despacha o Prof. Dr. Marco Antonio Zago. De seu escritório, ele tem uma ótima vista de um dos eixos centrais que atravessa São Paulo, a Avenida Paulista. Não esta tarde, no entanto, porque está chovendo a cântaros na metrópole econômica e científica brasileira. E apenas temporariamente, porque dentro de alguns meses o presidente e sua equipe voltarão à sede da "Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo" (FAPESP) no bairro da Lapa. Representantes da USP também participaram da conversa, o que mostra mais uma vez a importância que a Universidade de São Paulo atribui à sua cooperação com a WWU.

A Universidade de Münster possui um acordo institucional com a FAPESP desde 2014. No centro da cooperação estão as chamadas conjuntas de "seed funding" para preparar projetos bilaterais de pesquisa entre pesquisadores da WWU e instituições do estado de São Paulo. O programa é chamado de "Sprint", que permite às partes interessadas preparar em conjunto propostas de pesquisa ambiciosas com relativamente pouco dinheiro. A WWU já foi bem-sucedida neste programa diversas vezes, e na atual chamada de propostas, a WWU está em execução com cinco candidaturas. Mais uma vez fica claro que na ciência existem essencialmente duas questões: Concretamente, o que podemos pesquisar juntos? Como conseguimos o dinheiro que precisamos?

Para ambas as perguntas, a FAPESP, cuja função e modo de operação pode ser comparada à Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), é exatamente o endereço certo e decisivo no estado e na cidade de São Paulo. A fundação tem 1% das receitas do ICMS do estado à sua disposição todos os anos - nenhum outro estado brasileiro investe tanto dinheiro em ciência e pesquisa. No ano passado, a FAPESP forneceu cerca de 243 milhões de euros, divididos, por exemplo, em projetos de pesquisa (47%), bolsas de estudo incluindo estadias no exterior (19%) e pesquisa de inovação em cooperação com empresas (9%).

"Devemos sempre pensar em pesquisa e transferência de conhecimento juntos", enfatizou o Reitor Johannes Wessels. Além disso, é importante abordar os projetos de pesquisa de uma maneira interdisciplinar e ao mesmo tempo envolver a indústria para resolver os grandes problemas da humanidade, tais como as mudanças climáticas e suas consequências. Um tema que naturalmente desperta grande interesse no país que comporta o maior território amazônico. "Os dois últimos governos não estavam muito interessados nos problemas e desafios desta região, que abriga 25 milhões de pessoas", diz Marco Antonio Zago. A FAPESP quer mobilizar 100 milhões de euros na "Iniciativa Amazônia+10" em estreita cooperação com o maior número possível de Estados vizinhos, a fim de contribuir para a preservação dos "pulmões verdes da humanidade". De qualquer forma, a FAPESP declarou a biodiversidade, as mudanças climáticas, a bioenergia e o desenvolvimento do setor de saúde como questões prioritárias.

O presidente da FAPESP, que está no cargo desde 2018, já foi reitor da USP e é membro da Academia Brasileira de Ciências desde 1999, acrescenta que a fundação também quer continuar a investir no intercâmbio de professores visitantes e pós-doutores. Uma vez por ano, a fundação se apresenta no exterior com uma "FAPESP Week" para promover seu trabalho e seus programas. Londres, Paris, Barcelona e Tóquio foram alguns dos locais para este tipo de "exposição itinerante". "Da próxima vez, ficaremos felizes em ir a Münster", oferece como perspectiva.

O Embaixador Heiko Thoms (3o da esq.) recebeu os convidados da WWU em sua residência que também funciona como a Embaixada
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Almoço de trabalho com o embaixador Heiko Thoms, Brasília

O endereço da Embaixada da Alemanha é SES, 807, Brasília. Na capital, que foi planejada pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer e oficialmente fundada em 1960, cuja estrutura se assemelha a um avião -  com a fuselagem e duas asas - não há nomes de ruas. Todos os endereços são baseados na direção da bússola e no número de blocos residenciais e de escritórios. Heiko Thoms tem representado a Alemanha no Brasil desde 2020. Antes disso, Thoms, que estudou Direito na FU Berlin, trabalhou como diplomata nas Nações Unidas em Nova Iorque e na OTAN em Bruxelas.

Ele está bem informado sobre as intensas relações da WWU com universidades e agências de financiamento brasileiras. "Fique à vontade para entrar em contato comigo e com a embaixada a qualquer momento, se houver algo que possamos fazer por você e pela WWU aqui no País", ele oferece ao Reitor Johannes Wessels. Tradicionalmente, o Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) em São Paulo, onde a WWU também tem seu Escritório de Representação, mantém estreitos contatos com as missões diplomáticas da Alemanha no Brasil - até porque o DWIH também foi fundado com o apoio financeiro do Ministério das Relações Externas e continua a ser apoiado por esta instituição.

Heiko Thoms enfatiza a grande importância do intercâmbio entre a Faculdade de Direito e o Supremo Tribunal Federal brasileiro – cuja importância para a estabilidade do país não se pode estimar. Ele percebe um "grande potencial criativo" especialmente nas gerações mais novas no Brasil: é preciso oferecer aos "muitos jovens brilhantes" o máximo de espaço de manobra possível. Quem viaja frequentemente à Alemanha compreenderá rapidamente quando o diplomata garante que "a Alemanha também pode aprender muito com o Brasil em termos de digitalização".

O futuro da política brasileira de bolsas de estudo foi o foco da discussão entre a Presidente da Capes, Mercedes Bustamante, o Diretor de Relações Internacionais da Capes Rui Oppermann (2º da esq.), o Reitor da WWU Johannes Wessels (direita) e o Diretor Científico do Centro Brasileiro da WWU, Bernd Hellingrath
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Visita à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)

A Profa. Mercedes Bustamante, recentemente nomeada Presidente da Capes, dedicou cerca de uma hora e meia para nosso encontro. No início e no final da conversa realizada no 14º andar, a professora nascida no Chile entremeia algumas frases em alemão. Ela fez seu doutorado em geobotânica na Universidade de Trier de 1989 a 1993 e é especialista em interações em ecossistemas, ocupando uma cátedra no Instituto de Ecologia da Universidade de Brasília. "Estamos muito felizes que o novo presidente tenha colocado a melhoria das relações internacionais do Brasil novamente no topo da agenda", enfatiza ela no início da conversa, que também conta com a presença do Diretor de Relações Internacionais, Prof. Rui Oppermann. O suspiro de alívio sobre a mudança de governo percorre toda a viagem e é um tópico em quase todas as conversas.

Com a Capes, a cientista dirige uma poderosa agência de fomento. Boa parte das bolsas concedidas a estudantes e pesquisadores, incluindo incoming e outgoing, passa pela instituição, que também organiza e é responsável pela avaliação regular de todos os cursos ofertados por universidades brasileiras. De 2011 a 2016, a Capes concedeu cerca de 100.000 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado para estadias de estudo e pesquisa em todo o mundo. 67 Brasileiros foram para a WWU no âmbito deste programa.

O Reitor Johannes Wessels informou sobre os estreitos laços entre a WWU e a Universidade de Twente, que por sua vez coopera intensamente com a Universidade de São Paulo - e defendeu a promoção de projetos de pesquisa tri-nacionais. Em 2011, a WWU firmou um acordo institucional com a Capes, que foi prorrogado no ano passado. Um elemento central deste acordo é o estabelecimento de uma "Cátedra Brasil" na WWU para expandir a cooperação entre pesquisadores individuais, criar redes e melhorar a visibilidade de notáveis pesquisadores brasileiros na Alemanha. Em termos concretos: a cátedra financia 18 meses de estadia em Münster, que opcionalmente podem ser divididos em três visitas de seis meses cada. Além disso, há financiamento para um estudante de doutorado e um pós-doutorando. Na atual chamada, cinco cientistas da WWU são elegíveis como anfitriões, incluindo o cientista político Norbert Kersting e o médico Martin Götte. "Estamos felizes e prontos a qualquer momento para apoiar os impressionantes esforços da WWU em direção a mais colaborações com instituições científicas brasileiras", enfatizou Mercedes Bustamante.

Vice-Presidente de Pesquisa da Fiocruz Rodrigo Correa (l.) e o Reitor da WWU Johannes Wessels formalizam a cooperação
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Assinatura de um "Memorando de Entendimento" com a Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (Fiocruz)

A Fiocruz é uma instituição nacionalmente conhecida e altamente respeitada no Brasil - por várias razões. Em 1900, o médico, bacteriologista, epidemiologista e higienista Oswaldo Cruz fundou um instituto que mais tarde viria a se tornar a fundação de hoje, subordinada ao Ministério da Saúde. Com um orçamento anual de cerca de quatro bilhões de euros, promove a pesquisa nacional e a cooperação internacional - entretanto, cerca de 50% desse montante foi reservado para a produção de um milhão de doses diárias da vacina Astra-Zeneca desde o início da pandemia de Coronavírus.

12.000 funcionários em várias localidades espalhadas pelo país, 48 programas de estudo próprios, nove revistas, seu próprio canal de TV: A Fiocruz, localizada na Avenida Brasil, no bairro de Manguinhos, em terreno semelhante a um parque, é um "big player" não apenas no Brasil e na América Latina. A fundação é considerada uma das instituições de pesquisa mais importantes do mundo para a saúde pública. Prova disso é que o Presidente Lula nomeou a presidente da Fiocruz como a nova Ministra da Saúde.

A entrada do prédio central da Fundação Fiocruz no Rio de Janeiro é um destaque arquitetônico
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E naquela manhã, o vice-presidente de pesquisa, Rodrigo Correa, recebe a delegação da WWU com outros seis funcionários. Seu colega Vinicius Cotta informa sobre a rede mundial Fiocruz. Há 28 projetos em andamento com parceiros alemães. A instituição possui com Stephan Ludwig, que dirige o Instituto de Virologia Molecular da Universidade de Münster, uma relação particularmente longa e intensa. No dia 15 de fevereiro, foi realizado um workshop on-line entre cientistas da Fiocruz e da WWU sobre o papel dos produtos naturais no combater às doenças infecciosas.

Johannes Wessels apresentou a WWU e enfatizou a importância dos temas sustentabilidade e transferência de conhecimento - o progresso e as iniciativas do centro Start-up da WWU "REACH" que também atrai grande interesse neste círculo. Isto também se aplica à possibilidade de envolver a Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG) com um possível co-financiamento para cooperação futura. Por que não cooperar no programa de Cotutela com um doutorado binacional? O diretor acadêmico do Centro Brasileiro, Bernd Hellingrath, aceita com prazer a sugestão feita por uma funcionária da Fiocruz.

Em seguida, o encontro torna-se solene: Johannes Wessels assina o "Memorando de Entendimento", com o qual a WWU e a Fiocruz confirmam sua vontade de continuar colaborando em vários campos.

O Diretor do escritório do DAAD no Rio de Janeiro, Jochen Hellmann (2º da esq.), e sua equipe receberam os convidados de Münster em seu escritório, no bairro de Botafogo
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Encontro na filial do Rio de Janeiro do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD)

O escritório de representação do DAAD no bairro de Botafogo é um dos mais antigos do mundo. No ano passado, o DAAD liderado pelo Dr. Jochen Hellmann comemorou 50 anos de esforços para fortalecer a cooperação acadêmica e científica entre o Brasil e a Alemanha. "Em nossos pensamentos, estamos estendendo um tapete vermelho para você hoje", disse Jochen Hellmann, dando as boas-vindas à delegação de Münster. A WWU está fazendo progressos "exemplares" em suas atividades no Brasil.

No entanto, como pode crescer o número de futuros estudantes que desejam estudar no outro país? Jochen Hellmann defende a redução dos obstáculos de admissão universitária dos brasileiros na Alemanha, por exemplo, aceitando seus diplomas do ensino médio. Por outro lado, é importante mostrar aos jovens alemães as muitas oportunidades de adquirir conhecimentos no Brasil, de fazer amigos e de ampliar seus próprios horizontes. Na pesquisa, há uma consciência acentuada das vantagens da cooperação internacional no Brasil, mas isto ainda não chegou aos estudantes. Em vez disso, ainda há muita falta de informação e preconceito de ambos os lados. Entretanto, deve-se levar em conta que as universidades brasileiras são muito jovens em comparação com as universidades europeias e que a cultura de intercâmbio estabelecida na Europa e na América do Norte ainda precisam se desenvolver no Brasil. Existem atualmente cerca de 7.000 brasileiros estudando na Alemanha; porém somente apenas cerca de 700 fazem o caminho inverso.

O Reitor Johannes Wessels relata que a preocupação com a emigração de mentes talentosas, a chamada "fuga de cérebros", foi levantada várias vezes nos últimos dias. É por isso que os jovens brasileiros "devem ser encorajados a usar seus conhecimentos acadêmicos para iniciar seus próprios negócios" - uma carreira acadêmica é somente um dos vários caminhos possíveis.

É apenas um detalhe, mas mostra o quão de perto a equipe do DAAD acompanha os desenvolvimentos nas universidades alemãs no distante Brasil: "Você ainda pode ser chamado de representante da Westfälische Wilhelms-Universität Münster?" Pergunta Jochen Hellmann, aludindo à possível mudança no nome da universidade, que remete ao polêmico imperador Wilhelm II. "Posso", responde Johannes Wessels. "Especialmente porque é nosso Senado que decide sozinho sobre nosso nome e é por isso que você está falando hoje exclusivamente com o pessoal da WWU que não tem poder de decisão sobre este assunto".

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